(III)
Ama-me em sossego no descanso
da noite embriagada por vento fresco
arrefecendo estas ânsias loucas sentidas
no repente de asteróides negros passando.
Foge-me depois por entre os dedos amarelados
restando apenas um odor dissipado
em alegria e tristeza juntas, siamesas
desta solidão sentida, necessária.
Vive-me na lembrança relembrada
com um suave sorriso em pensamento distante
recordando o voo dos pássaros azuis
os malmequeres dourados em Paris.
Conta-me então histórias por carta
sem selo ou remetente, letras apenas
palavras sem som, fotografias negras, negativos
confessados de uma saudade passada
nada mais que um simples final.