A RUA DESERTA
Cadê o rumor das vozes?
Não há rumores de vozes.
A rua está deserta,
A rua está mortificada pelo mortificante silêncio.
Não ouço risos nem chôros,
Não ouço gritos nem lamentações,
Não ouço nada, pois o silêncio dá uma sensação de um nada triste e medonho.
Por outro lado, em mim,
As vozes tumultuam,
É uma algazarra só.
Fora, na rua deserta tudo é silêncio sepulcral de fazer chorar.
A rua deserta é inútil.
É preciso haver um movimento,
É preciso haver uma manifestação,
É preciso que a vida não se deixe abater e quebre as correntes do silêncio E que não sintamos anormalidades se passarmos por alguma rua deserta.
Pior do que uma rua deserta é um coração deserto,
É um sentimento vazio,
É um olhar sem luz,
É uma palavra de maldição.
Cadê o rumor das vozes?
Quero ouvir as vozes dos transeuntes, dos conhecidos, das crianças, das Mulheres,
Enfim, alguma voz que venha quebrar o silêncio da rua deserta.