A RUA DESERTA

Cadê o rumor das vozes?

Não há rumores de vozes.

A rua está deserta,

A rua está mortificada pelo mortificante silêncio.

Não ouço risos nem chôros,

Não ouço gritos nem lamentações,

Não ouço nada, pois o silêncio dá uma sensação de um nada triste e medonho.

Por outro lado, em mim,

As vozes tumultuam,

É uma algazarra só.

Fora, na rua deserta tudo é silêncio sepulcral de fazer chorar.

A rua deserta é inútil.

É preciso haver um movimento,

É preciso haver uma manifestação,

É preciso que a vida não se deixe abater e quebre as correntes do silêncio E que não sintamos anormalidades se passarmos por alguma rua deserta.

Pior do que uma rua deserta é um coração deserto,

É um sentimento vazio,

É um olhar sem luz,

É uma palavra de maldição.

Cadê o rumor das vozes?

Quero ouvir as vozes dos transeuntes, dos conhecidos, das crianças, das Mulheres,

Enfim, alguma voz que venha quebrar o silêncio da rua deserta.

Antoniomar Lima
Enviado por Antoniomar Lima em 02/08/2010
Reeditado em 07/08/2010
Código do texto: T2414215