ARANHAS DA ALMA
Detinhas como propriedade definitiva meu coração,
Como reina no mar soberano o tubarão,
Foram-lhes abertas as portas do meu ser para entrares,
Foi-lhe dado meu amor como massa para modelares,
Era teu e só teu meu único desejo de viver...
Mas, como uma teia preparada teu amor veio a me subverter,
Abri minhas portas e só me invadiram,
Aceitei suas dádivas que só me humilharam,
E como um disparo, recebo no peito tal impugnação,
Corações humanos,
Aranhas da alma a tecer as teias da traição.