Cronologia de um Reino Perdido

De um lado ao outro no escuro pesado

O reflexo brilhante como um raio prateado

Do pêndulo num ciclo de tempo fechado

No curso obcesso perdido no espaço.

E na janela como em túnel a espiral

Abarca o movimento e o pensamento num total

Em viagem sem retorno por um vale sem igual

Onde travam luta insana o pseudo-bem e o dito mal.

Quer se diga que só um apanhado é tudo

Quer se diga que as classes erguem muros

O homem nada sabe de relevante sobre o mundo

Enquanto limitar-se a si mesmo até o fundo.

E o rastejar que é o tempo em decomposição

Que engatinha levando o homem ainda pela mão

Mostrando a insignificância de suas ações sobre o chão

Enquanto o céu de sabedoria é ainda menos que ancião.

Há também o artificial que prolonga o falso de sua vida

Que dobra o seu tempo dominado por fadiga

E vai esvaziando o que de pouco restava ainda

Da alma embriagada na dor da vã partida.

Tão tolo e frágil o homem tenta se despedir

No amanhecer ainda escuro que o sol vem recobrir

E ao se pôr de sarcasmo parte-se de rir

Por ser ainda o rei do que o homem quis dirigir.

Xpellwarrior
Enviado por Xpellwarrior em 01/08/2010
Código do texto: T2412902
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