Eu durmo comigo (sem mim?)
E pensamentos velam-me o sono
A inspiração é como uma tia velha
A deitar-me tanto conselho no ouvido
Mas há o que valha, eu pego e sigo
Ávido de dormir silêncios comigo
A poesia insone é que me desperta
A poesia abre todas as janelas
Há tanta luz do sol que entra
Arejam os meus olhos abertos
Luz e ar de outras quimeras
A tarde promete calor e um vento
Eu passeio por entre conhecidos troncos
Repisando as mesmas folhas mortas
Andar em meio a árvores é ser como elas
Um tanto de efêmero e outro de eterno
E eu aceito eterno e efêmero como o dia
Dia que começa sem me pedir licença
E o que a vida oferece sem condescendência
Acordo comigo e comigo acorda um mundo
Acordo pleno, um tanto fecundo, pouco profundo
Pairando entre lembranças e esquecimentos...

(Poesia On Line, para o mote de 31/07/2010)
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 01/08/2010
Reeditado em 05/08/2021
Código do texto: T2412106
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