BAHIA, que saudades...
Ai que saudades sinto da Bahia
Da Bahia de outrora
Tradição nativa
Diferenciados valores
Dos honrados pensantes, poetas.
Tudo mudou
Nem o mar continua o mesmo,
Nem as canções,
Nem as avenidas,
Nem Itapoan, bairro algum.
Mas ...
Que sejam todos bem-vindos,
Nesta mistura de pátrias
Quadro surreal
Cara do Brasil
OBS.
Em abril de 1978 visitei a Bahia, cheguei no final da noite, trajada com veludo, típico tecido de inverno. Instalei-me em um hotel bem interessante no bairro Rio Vermelho, na orla.
Quem me conhece sabe que madrugo, então as cinco horas, no 11 andar, avistei a orla marítima sobretudo observei uns cinco jangadeiros. Foi um renascer na vida, confessei a mim mesma naqueles segundos encantados
– Aqui desejo ficar para sempre.
Eu trabalhava em uma multinacional em SP, troquei o transito, o céu acinzentado, troquei tudo. Dei o chute no balde. Constitui família, tive filhos, trabalhei, compartilhei as mudanças na cidade.
São trinta anos de baianidade. Tudo muda, a Bahia também mudou, para pior infelizmente. Violência, drogas, congestionamento, inúmeros números infelizes fazem parte desta cidade, lamento.
Alem de toda tradição que a Bahia continua a oferecer aos seus visitantes e residentes, também oferta pontos negativos. Triste demais.
Eu amo os baianos, a Bahia, mas sei que em algum momento partirei daqui. Darei um outro chute no balde. Com todo o amor que tenho ao Brasil, depois dos 5 “enta” já não compartilho com felicidade aquela frase utópica “Aqui é o melhor pais do mundo”. Depende do referencial, depende muito.
Marina Moreno Gentile