Minha Poesia.
Minha poesia tem cheiro
de grama molhada,
de fruta madura,
de arroz, e feijão bem temperado.
Minha poesia tem a maciez de pétala
E a aridez de íngreme deserto.
Acaricia como mãos de filho
Fere, como espinhos de um cácto.
Minha poesia tem a doçura
De um amor eterno
E a devasidão,
De todo amante.
Ela é desafiadora e plena
como a própria vida!
Exata e triste
Como a própria morte!
Minha poesia sai das mãos, pulsante!
Do coração, cortante!
Da alma, sofrida!
Mas, se sai só da boca,
ela se faz vazia!
Minha poesia ignora o tempo
Da realidade explora e zomba
E nas suas linhas
Não há covardia!