A Morte mata
Sempre gostei de parar no tempo,
Viajar em pensamentos,
Sonhar com o impossível...
Certo dia, o impossível aconteceu,
Andava pela praça,
Quando ouvi uma voz dizendo:
“Peço que perca um pouco
De seu precioso tempo
Para me ouvir...”
Parei ao ouvir aquela voz,
Olhei para trás,
Havia uma mulher sentada no chão,
Ela era pálida,
Vestia-se de preto,
Seus olhos estavam cobertos de dor...
Sentei ao seu lado
E perguntei se poderia ajudar,
Ela me agradeceu,
E disse que tinha uma vida triste,
Todos falavam mal dela
Por conta de seu trabalho,
Muitos corriam dela ao saber seu nome...
Fiquei um pouco assustada,
Perguntei qual era seu trabalho,
Ela não quis responder,
Perguntei qual era seu nome,
Ela abaixou a cabeça e disse:
“meu nome é Morte...”
Não acreditei no que estava ouvindo,
Como um ser “vivo”
Poderia se chamar Morte?
Ela não queria dizer,
Mas perguntei novamente:
“Morte qual é o seu trabalho?”
Ela não sabia brincar,
Nem tinha condições para isso,
Mas olhou em meus olhos e disse:
“Meu trabalho é matar...”
Ao dizer isso, ela quase me matou,
Levantei rapidamente
E disse que iria embora,
Ela disse que estava brincando,
E ainda disse:
“Posso ter esse nome,
Mas você acha que eu
Seria capaz de tirar sua vida?”
“Você acha que um ser como eu
Mataria alguém?”
Pensei um pouco,
E conclui que ela era apenas
Um ser com o coração quebrado,
A praça estava movimentada,
Que mal poderia me fazer?
Sentei novamente,
Ela pela segunda vez agradeceu,
Disse que estava melhor,
Pois alguém havia acreditado nela,
Disse até que seriamos grandes amigas,
Mas quem disse que eu
Seria amiga da Morte?
Ela estava tão animada
Que não tive coragem
De virar as costas
Para aquela pobre infeliz...
A Morte me pediu um abraço,
Não gostei do pedido,
Mas um abraço era apenas um abraço,
Não poderia recusar,
Atendi seu pedido,
Logo ela segurou minha mão,
Com isso, me senti fraca,
Acabei caindo.
Pouco tempo me restava,
Então perguntei:
“Quem é você e o que esta fazendo?”
Com um sorriso falso ela disse:
“Querida eu sou a morte,
E eu mato...”