Alma errante
Cheia de ânsia, a vida
Vaga por esse porto etéreo.
Vaga despercebida ao porto,
Vaga nesse marejar sidéreo.
Vaga por entre amor e mito,
Por entre a limpidez suprema
Levando eternamente o enigma
Da suprassensibilidade efêmera.
Vaga sem perceber o tempo,
Vaga sem perceber o brilho,
Vaga sustentando o emblema
Na força do turbulento trilho.
E quando chega ao porto incerto
Nada estará perdido.
Aquela sim que não chegou ao porto
Experimenta apenas o que é morto
Na palidez insondável
Da escuridão sem brilho.
Este poema está em meu livro: À MARGEM DO IMPOSSÍVEL