Paralelos.

A Raduan Nassar.

Estou só, quem diz é o corpo ao lado

O lugar comum, farto da rotina,

O estupor visceral que desatina

A fadiga do gozo exilado

Indigente desejo lacerado

O solo do farsante desafina

Deprime abstinente cocaína

O vício nos excessos sonegados.

Quem ama segue só consigo mesmo

Na busca cuja rota ganha o incerto

Outro ser refletindo noutro termo

A comunhão solitária no deserto,

Longínqua quando tudo ruma ao ermo

Distante parecendo ser tão perto.