AMOR POÉTICO
NOTA EXPLICATIVA
A poeta mineira, Celêdian Assis, publicou, em 11/06/10, o poema MUSAS – AMORES ARREBATADORES, relativo aos grandes romances que se eternizaram na literatura.
Sobre o tema em questão, pensamos, inicialmente, eu e a poeta Celêdian, a criação independente de um poema versando sobre a mesma temática. Essas composições atenderiam ao objetivo de desenvolver um exercício poético no qual nós duas nos juntaríamos.
Os poemas aconteceram e foram, então, seus versos diluídos em uma só composição poética que entregamos agora aos nossos leitores.
Desejaríamos até que esses leitores tentassem de alguma maneira descobrir onde está Tânia Meneses e onde está Celêdian Assis neste coquetel de poesia com o qual brindamos aos nossos queridos colegas.
AMOR POÉTICO – 30/07/10
Amor poético
Seiva bruta d’alma
Moral
Amoral
Antiético
Não sei
Talvez frenético
Escorre líquido nos versos
Tal tinta na página branca
Desenhando figuras do sentimento
Ainda disformes, ora borradas
Nos ditames da imaginação
Ora nos anseios mais profundos
Conflituosas tramas d'alma e mente
Absorvidas, diluídas no poema
Tomam corpo, ganham coração
De inspiração, encharcado
No exercício do poeta
Amor poético mortal
De um vulto no umbral
Ligado ao sobrenatural
Visceral, derramando sedução
Amor poético
Será um mal
Quem saberá
Só se sabe no final
E quando ele começa
É sem dar sinal
Por outro coração captado
Sequestrado, cativo
Fundem-se os dois em paixão
Quando se vê
Quando se nota
Verso com verso
Conversa remota
De eras estranhas
Paisagens
Corpos se dando
Um ao outro nas entranhas
Evocados os sentidos
A poesia tornou-se musa
Nos ditames da imaginação
De possuí-la inteira, em fogo
Amor poético quer morrer
Porque é bem maior
Que o ser e o não-ser
Futuro imprevisível
Vir-a-ser
Ardem em chamas, duas almas
Amor de loucura
Insanidade e tortura
Amor poético
É o que mais dura
Pois não se sabe de qual linha
Em que tecido celestial
Se costura
Amor poético
Nele crê
Até o cético
Amar do amor esta modalidade
É beber na taça
Fagulhas do amor poético
Da embriaguez dos sentidos
É rasgar a alma
Pensando-se amantes escondidos
Amor poético é bênção divina
Que faz esta poeta
Ver poesia por toda parte
Mesmo que para fazer poemas
Falte-lhe engenho e arte
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