me fiz pedra

No lugar da carne fiz-me pedra

Deixei de sentir o vento

o tempo

A tua voz já não canta para mim

As tuas palavras não têm sentido

Tudo se perdeu

Tudo é vão

Os olhos negam-se a ver-te

As mãos, a tocar-te

E neste silêncio cheio de palavras

A escuridão abafa o meu sentir

E já não és meu

E já não te pertenço

Como uma geada ao relento

Quebra-se o fio, o destino

E tu perdes-te no momento

Em lamentos de ninguém

Nada tens

Nada és

Já nada vejo

Já nada sinto

Esqueci tudo o que foste

Esqueci quem fui também

Estranho de mim

Em mim morreste... ninguém