(I)

Mostra-me o caminho sem pedras, rochas apenas,

as mais íngremes isoladas de tudo

na montanha mágica imaginada

coberta de nuvens, ventos ciclónicos ali parados.

Indica-me essa floresta negra, sombria,

onde os pássaros pousam descansados,

os animais não fogem

atemorizados pelos predadores alados.

Leva-me contigo à via láctea

contar todas as estrelas, ouvir cometas loucos

conhecer outros sóis, universos distantes

planetas excitantes inexplorados.

Dá-me a tua mão sentindo este arrepio sonhador

imagem de viagem inacabada,

voemos dentro do mar às profundezas

daquelas fossas, encontrando o silêncio

dos nossos pensamentos.