Cá dentro
O tempo passa lá fora;
não sei como, pois não estou lá.
E nem sei mesmo como passa o tempo cá dentro,
se anda célere ou devagar.
E o tempo cá dentro não existe,
o que existe é uma perene conversa; (que harmonia!)
pensamentos leves, emoções profundas,
cruzam minha alma com mui maestria!
O tempo é banal e apenas nasceu
da necessidade humana de se recordar.
Pois os anos passam, e ainda não sei
se o tempo cá dentro anda célere ou devagar.
Cá dentro só há luz,
e paz, e gosto, e prazer, e fascinação!
Contamos o tempo pelo soprar do vento,
ou pela batida dum coração!
Cá dentro mergulhamos (pelo menos, eu mergulho)
num mar sem ondas, verde e cristalino!
Uma imensidão sem fim, verdadeiramente pura!
Pura como o olhar mais límpido.
Cá dentro é o lugar ideal,
para se divertir e se deleitar.
E ninguém nunca sabe a quantas está o tempo,
se anda célere ou devagar.
Por isso, criamos cá dentro o nosso tempo!
Reino da paz, gosto, prazer, e fascinação!
Contamos o tempo pelo soprar do vento,
ou pela batida dum coração?