Cá dentro

O tempo passa lá fora;

não sei como, pois não estou lá.

E nem sei mesmo como passa o tempo cá dentro,

se anda célere ou devagar.

E o tempo cá dentro não existe,

o que existe é uma perene conversa; (que harmonia!)

pensamentos leves, emoções profundas,

cruzam minha alma com mui maestria!

O tempo é banal e apenas nasceu

da necessidade humana de se recordar.

Pois os anos passam, e ainda não sei

se o tempo cá dentro anda célere ou devagar.

Cá dentro só há luz,

e paz, e gosto, e prazer, e fascinação!

Contamos o tempo pelo soprar do vento,

ou pela batida dum coração!

Cá dentro mergulhamos (pelo menos, eu mergulho)

num mar sem ondas, verde e cristalino!

Uma imensidão sem fim, verdadeiramente pura!

Pura como o olhar mais límpido.

Cá dentro é o lugar ideal,

para se divertir e se deleitar.

E ninguém nunca sabe a quantas está o tempo,

se anda célere ou devagar.

Por isso, criamos cá dentro o nosso tempo!

Reino da paz, gosto, prazer, e fascinação!

Contamos o tempo pelo soprar do vento,

ou pela batida dum coração?

Isabela Escher
Enviado por Isabela Escher em 30/07/2010
Código do texto: T2408255
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