Volúpia Irreal
Minha volúpia é diferente
das outras que os poetas cantam;
é tão doce e tão etérea,
que minha mente e meu espírito a declamam.
A Volúpia Real, que foi sentida,
e que jaz na alma, conservada,
não é a minha volúpia; a minha Volúpia
em mim é que foi criada.
Trago a Volúpia de beijos
que jamais foram dados!
Eis a Volúpia dos Desejos,
que me atravessa como um dardo.
Trago a Volúpia de Imagens,
divinas e esculturais, adoradas,
Eis a Volúpia da Poesia,
em meu sangue entranhada!
Trago a Volúpia Irreal,
que apenas fora sonhada!
Por objetos indefiníveis,
Eis a Volúpia das Almas!