(IN) DEFINIÇÃO
Não tente, nem queira me definir,
não fale o que não sabe,
pois poderá escutar
o que nunca quis ouvir;
Dentro de mim há uma revolução,
constante movimentação,
agitação, impulsividade,
conseqüência, inconseqüência,
intensidade!
Vida intensa, o hoje, agora,
talvez haja um amanhã, não sei...
Viver o minuto, a fração do segundo, a hora,
pois se hesitar num talvez
no minuto seguinte o que seria ficou para trás,
e algo valioso e caro perder-se na vacilação,
por isso não posso, não devo, não paro,
abro a porta da emoção me escancaro;
Não ameace meus versos
com tarjas, mordaças brancas ou coloridas,
não ouse colocar-me grilhões perversos,
não tente sugar-me dos corações,
nem rastrear minhas palavras soltas por ai,
entenda o meu versejar,
eu sou poeta e sei amar,
mas preciso viver, preciso respirar,
preciso te ver, sempre te ver,
preciso falar, falar,
porém, quantas vezes falei,
e a resposta foi meu próprio eco no ar!
Então não me ensine a escutar;
Não condene minha impulsividade,
esse meu modo por vezes desligado,
ou agitado de ser e estar,
não busque definição
a tua e a minha felicidade
podem estar nesta intrincada equação,
ou não...
mas parece que já fizeste a opção.
ANDRADE JORGE
17/07/06