Mar agitado
Abusamos sucessivamente da madrugada despovoada
quando o acordar inconsciente toca
levemente
sempre que hefesto aparece, mesmo escondido
tapado por nuvens escuras,
promessas então, orações todas essas protecções
imagináveis, desejáveis,
impossíveis medos libertados,
conquistas, alguns troféus,
depois o içar do corpo já cansado,
revoltado,
obrigação em obedecer sem vontade
questionando
repetindo a existência necessária alimentada por sonhos
incumpridos sem nexo, sexo
com desejos viciados
adiados,
como se nesta regressada aurora
um marinheiro empurrasse o mar agitado,
e navegasse,
com os pés parados por aquela areia molhada.