Epitáfio

quando eu morrer....

os sinos continuarão seu repique

indeferentes

nas ruas os mendigos com suas moedas

continuarão imoveis, imortais!

na calçada indiferentes

a indiferença é doce e depois amarga

e depois finalmente doce outra vez

sem vinganças mortas

os mortos se apagam

como histórias de um bebado

perfeitas....

é fim do mês

e os bebês ainda chorão nas esquinas

filhos bastardos do poder disperdiçado

quando eu morrer

os gatos vao lamber suas feridas

e um cordão umbilical

pendurado no varal

reciclando vidas...

do ultero algums bandidos me tirarão

quase cego me baterão

sem tempo sem vicio

quando eu morrer retornar ao ultero

e na indiferença doce

dormir eternamente no seu esquecimento!

AbnerSohel
Enviado por AbnerSohel em 29/07/2010
Código do texto: T2406170
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