Epitáfio
quando eu morrer....
os sinos continuarão seu repique
indeferentes
nas ruas os mendigos com suas moedas
continuarão imoveis, imortais!
na calçada indiferentes
a indiferença é doce e depois amarga
e depois finalmente doce outra vez
sem vinganças mortas
os mortos se apagam
como histórias de um bebado
perfeitas....
é fim do mês
e os bebês ainda chorão nas esquinas
filhos bastardos do poder disperdiçado
quando eu morrer
os gatos vao lamber suas feridas
e um cordão umbilical
pendurado no varal
reciclando vidas...
do ultero algums bandidos me tirarão
quase cego me baterão
sem tempo sem vicio
quando eu morrer retornar ao ultero
e na indiferença doce
dormir eternamente no seu esquecimento!