PRETO NO BRANCO

Eu quero abrir a minha boca

somente na hora certa

não dizer uma coisa louca

quero uma mente mais esperta.

Quero dizer preto no branco

pau é pau pedra é pedra

o choro é choro e pranto é pranto

o telhado de vidro quebra.

Solidão é estar sozinho

mais vale um pássaro na mão

do que dois no seu ninho

e o prêmio é ilusão.

Já cheguei ao fundo do poço

digo que posso ir mais além

estou velho e já fui moço

sou mineiro ou algum trem.

Uma casa e um teto

sonhador de pé no chão

o que falta eu completo

água, vinho e um cesto de pão.

Uma reza matutina

um passeio lá no campo

tradição é uma rotina

o profano e o santo.

Sem fazer a distinção

entre o sofá e a cadeira

os dois tem uma função

o café na cafeteira.

Quero dizer a coisa certa

não atrasar, chegar na hora,

ouvir o sinal de alerta

o preço para ir embora.

Uma flor no meu jardim

eu vou sempre regar

o amor cuida de mim

só o que faço é me entregar.

Um bem me quer e um mal me quer

cada pétala do coração eu vou sacar

a sorte de ter uma bela mulher

o prazer de nunca me acabar.

Ao bater se abriu a porta

chuva cai durante o dia

a Inês já está morta

vento leva a minha agonia!

Se eu falo você se cala

no silèncio se pode ouvir

a madrugada que embala

o sono de quem quer dormir.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 29/07/2010
Código do texto: T2406142
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