Varsóvia...
antes que essa raiva se esvaia
como uma corrente oceânica que se esfria
quero dizer-lhes
em minha criação não me ensinaram
que amar fosse útil nessa vida
átras do balcão estava escrito
apoio ao trabalho
curioso nenhuma das atendentes trabalhava
e do outro lado do balcão
vocês também não
definitivamente essa não é uma canção de amor
daquelas que as marionetes
dançam todo dia
e antes que essa raiva se esvaia
como uma corrente oceânica que se esfria
quero dizer-lhes
eu quero sair desse gueto
meu coração pula na trincheira
ao menor sinal de explosão
varsóvia é minha gente
varsóvia resume
a poesia coerente
onde as vezes varsóvia é meu grito
quantas mais?
quantos guetos
concentrando ignorância e agonia?
olhe na sua sala
na sua mente alienada
há areme enfarpado
e o ziclon B
saindo da tela da tv
todo santo dia
Varsóvia sim Varsóvia hoje
guetos se espandirão
campos concentrão a solidão
em meio a multidão o estado te aliena
e as vezes da vontade de chorar
quando vejo minha varsóvia que morre
enquanto teu governo te envenena!