[À Beira da Linha - Inacabado]
Um poema assim, insólito,
tentativa de exprimir uma falta
grande como a vida inteira,
uma perda inominada...
Ah, como me dói!
Desde a linha,
lanço os olhos
para a placidez
daquela casa simples.
Antigamente, o meu coração
bateria por quedar-me ali,
naquela casa à beira da linha,
agora, bate... em retirada,
fujo de meus [velhos] sonhos!
A realidade agora é só a linha,
a comprida linha que me leva.
Parar — não posso mais;
de vontades gastadas à toa,
fiquei sem bússola,
e sem noção de futuro!
[Os meus sonhos:
marcos quase fanados
na linha da minha vida]
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[Franca, 19 de julho de 2010]