Cidades
Ando no asfalto,
Respiro fumaça,
O mar já não vejo.
Detenho a lembrança.
Fagulhas de luz
Impedem-me olhar,
Para as estrelas azuis
No céu a rutilar.
Paisagens cinzentas,
Pessoas vazias,
Distância a cumprir
Que vida mais fria!
Barulho e cimento,
Sussurra o tormento
Que aos poucos me toma
Em um estado de coma.
Entre outros tantos,
Caminho sozinho
Imagens de santos.
Nos olhos espinhos.
Adormeço pensando.
Do que não se fez,
De Todo o encanto?
Amanhã recomeça
Tudo outra vez!
Rio de Janeiro, 22 de dezembro de 2009.