À FLOR DA PELE

Eis que saio de mim

e flutuo solta, sobre o sal

do meu suor.

Eis que me arrepio.

Em cada fio dorsal,

um pungente dó menor.

Eis que estremeço

do começo até o final,

temente ao que há de pior.

Eis que me transbordo

do meu imo abissal

para um fluente rio, maior.

Eis que me entrego, feliz

desde a raiz, mais cabal,

ao prazer que sei de cor. Melhor.

Lina Meirelles

Rio, 28.07.10