Vozes...
Dei voz aos meus sonhos
Auferindo prazer em arder de amor
Padecendo por muito amar...
Sentimento etéreo
Concebido em espírito
Transfigurado a realidade
Morto, em razão de uma angústia...
Desproporcional... Perene
Esfumaça-me as lembranças
De como meu tudo, foi sempre nada
Minha inquietude maculando o silêncio
Peito arfando...
Espírito cansado
Sem arbítrio.
Ínfimo alívio o consola
Abraços em minha memória...
Corpos entrelaçados...
E as chamas adormecidas no delicado seio
Gritam agora com o sopro da saudade
E a paixão me domina... Invade
Absoluta... Alimentando-me a libido
Faço amor comigo...
Corpo ardendo, brasas... Coração aflito
E quando do clímax vêem o declínio
Fico a ouvir a voz de meus sonhos
Absorvidos pela solidão...
Sentimento inóspito
Palavras soltas aos ventos
Lisonjas outrora adornadas de sorrisos
Soam-me agora tão fúnebres...
Infames lábios... Ébrias palavras
Saudades... Cativa por muitas imagens
Engolfada pela excelência da eloqüência
Palavras lançadas aos ventos...
Oscularam minha face
Encantaram-me os ouvidos
Estátuas de mármore...
Noite insones... Sofri, chorei
Pelos homens que amei