Vozes...

Dei voz aos meus sonhos

Auferindo prazer em arder de amor

Padecendo por muito amar...

Sentimento etéreo

Concebido em espírito

Transfigurado a realidade

Morto, em razão de uma angústia...

Desproporcional... Perene

Esfumaça-me as lembranças

De como meu tudo, foi sempre nada

Minha inquietude maculando o silêncio

Peito arfando...

Espírito cansado

Sem arbítrio.

Ínfimo alívio o consola

Abraços em minha memória...

Corpos entrelaçados...

E as chamas adormecidas no delicado seio

Gritam agora com o sopro da saudade

E a paixão me domina... Invade

Absoluta... Alimentando-me a libido

Faço amor comigo...

Corpo ardendo, brasas... Coração aflito

E quando do clímax vêem o declínio

Fico a ouvir a voz de meus sonhos

Absorvidos pela solidão...

Sentimento inóspito

Palavras soltas aos ventos

Lisonjas outrora adornadas de sorrisos

Soam-me agora tão fúnebres...

Infames lábios... Ébrias palavras

Saudades... Cativa por muitas imagens

Engolfada pela excelência da eloqüência

Palavras lançadas aos ventos...

Oscularam minha face

Encantaram-me os ouvidos

Estátuas de mármore...

Noite insones... Sofri, chorei

Pelos homens que amei

Observadora
Enviado por Observadora em 28/07/2010
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