Desfalecido Ser
*feita em 1998
Não quisera um erro cometer.
Tantas situações
Pendentes no céu. Na terra
Subjugados, os seres, às abstrações.
O grafite escorrega
O capricho desconcerta
Os bêbados botões não abotoam,
Não pregam nada.
Os caminhos eram verdes
Céus, não eram caminhos.
Descaminhos, sim, sem deveres
Como um vazio no ninho.
E nós estamos aqui
Não sabemos como evitar
Que a mais rica terra
Esmoreça bela, não podemos.
Não somos tão fortes.
As pessoas sublimam a verdade
Apenas estão à sorte
Desbota suas almas a vaidade.
Pense: o que tenho haver?
Com tanta desprudência,
Com a morte da flor,
Com a moribunda consciência?
Não tenho a certeza
De se a culpa me caiu,
Mas o que se partiu
Fora o eloqüência com a impotência.
Não posso afirmar
Não posso fazer
Não há como mudar
Na alma o véu da incompetência.
Meus membros não se movem,
Apenas se contraem.
Não respondem à vontade
E sim à parcialidade,
Dos poucos fortes,
Ao menos mais fortes,
Pois subjuga o próximo
Às más impressões, à fantasia.
Na minha expressão se faz
A angústia em forma segura,
No resto a figura gilvaz
No peito, porém, a vontade da loucura.