O guardião do fim da esperança.

Confesso meus excessos e percalços

A fúria já fez casa no meu peito

A dor que me tortura e não dá jeito

Na rota que descrevo em pés descalços.

Em quantos devaneios descompasso?

A fé da escuridão me fez eleito,

Por fim, sou o retrato do imperfeito,

Na farsa que disfarça: sou mais falso.

O ser iluminado que se mostra

No véu que cobre todo amanhecer

A força que seduz enquanto prostra

Virtude vã, sem mais, vê fenecer;

O ser rebelde traz asas nas costas

E guarda o pó que aguarda todo ser.