O POENTE
Em pequenas gotas de vermelho
Chega o orvalho, do campo o perfume
O lírio parece preguiçoso mas está aceso
Vem uma andorinha em uma nuvem se encostar
Lá ao fundo do horizonte
Que lindo quadro do Criador
Uma gaivota dá vida ao sol
Quando este só acordará no arrebol
Sem querer um poeta medita
Sem ver um cego se excita
O mistério é simples, a beleza
Existe no coração daquele que acredita
E sem que ninguém dê conta
Naquele casebre um poente
Quase murmura repetindo
Como reza uma canção
Antiga agradece...
Por mais um dia, pelo pão, pelo amor
Pelo vinho, pela esperança sem fim
Que nunca falte no coração do vizinho