SILÊNCIO NOTURNO

O silêncio noturno

Sussurra e esmurra

Com a dor da surra

No rosto diurno,

Tirando a máscara.

Ecoa no lábaro,

Pendura-se no aro,

Abocanha na marra.

Desliza no lodo,

Cai no leito,

Adormece no peito,

Arrepia-se todo.

Debaixo do forro

Que o embeleza,

Segura-se na reza

E pede socorro.

Assobia suave

Criquila e pia

Com dotes e magia,

Senhor de si e grave.

Lambe as esquinas,

Suga gestos divinos.

Sabe ser menino

E menina.

Ronaldo Fonseca
Enviado por Ronaldo Fonseca em 27/07/2010
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