O barquinho
Escuta-me, alguém já pode ter te falado
Coisas lindas, que jamais vais esquecer...
Mas, ouça, eu te falo deslumbrado:
A minha Primavera começaria com você!...
Escuta-me, alguém já deve ter te dito
Que o teu corpo é um oásis de prazer...
Mas, ouça: no meu deserto, ele seria bendito,
Único e vital líquido para beber!...
Escuta-me, poetas já versos te fizeram,
Transbordando-te rios, torrentes de emoção...
Mas, ouça: nunca, nunca isto te disseram:
Tu serias um mar a inundar minh’alma de imensidão!...
Escuta-me, apaixonados, loucos, afinal,
Te juraram amor. E fizeram de ti, de amor os seus lemas....
Mas, ouça: para que jurar, se o amor por ti seria punhal
Que cortaria e sangraria todos os meus poemas?
Então, escuta-me e não me digas mais nada,
Esquece os poetas que não cantaram com o coração...
Entra no meu barquinho e naveguemos, minha amada,
Pelos mares nunca dantes navegados da minha paixão!...
(Antonio Maria/ São Luís - MA, 14/02/2004