Só por essa noite!
Parece me consumir,
essa tua voz grave,
gritando e gritante
em meus ouvidos.
Vejo-te sufocar,
até o fim...
Sem dó,
sem medo,
Sem covardia...
Te afogo nos meus lagos,
Te cubro de cinzas,
Apago-te da existência.
Podia ter sido diferente.
Escolhas erradas
são jogos errados,
Atitudes perdidas,
no arrependimento.
E não há mais contorno.
Veneno que não envenena,
Veneno que enfeitiça,
que faz surgir o sangue,
a dor,
o doce choro da morte,
até o último
breve
instante
de ar.
Posso te encontrar,
seduzir-te com o balançar do meu quadril,
fazer-te delirar com o gosto dos meus lábios,
deixar rastros do gozo do meu corpo,
por teu corpo.
Posso e farei,
quero e farei,
do teu viver,
o meu prazer.
Chorará lágrimas amargas
de sofrimento.
Dificultarei teu respirar,
cumprirá as ordens,
da minha vontade.
Só por essa noite!