Amo-a odiando-a...
Se eu menti? Sim, por que não mentiria?
Se no apogeu do desejo eu lhe satisfazia,
E no cálido dos beijos tu encontrarias,
O mais doce dos vinhos,
No cálice da ilusão...
Não há um beijo teu que em outra não encontre,
Não existe uma só palavra que apenas tu entoes,
Não há no mundo só uma linda fronte,
E entre teus abismos tristes,
Por que haveria eu de andar?
Dou-te meu desprezo mais profundo,
O olhar, o toque, os lábios adjuntos,
Do qual o amor servir de alento e oriundo,
Onde enfim nasceu – para hoje fenecer...
Talvez estes versos sejam mentirosos,
Cada palavra inventada em receios,
Algo pra somente manter meus sonhos esperançosos,
E encontrar no fingir,
Uma finalidade para viver?
...Então, morrer em ti, ou existir – sem ter razão de ser...