Colecionador de Almas
Minha alma gêmea
e análoga a dos marandovás,
embrenha-se nas matas
camuflando-se nos troncos
para esconder a imaturidade de larva pendular.
Quando borboleta,
em boana ,ou simplesmente só,
derrama desejos etílicos
ruborizando as flores
em cada pousar ...
Sua inconstância latejante
expõe traços de eloqüência
revelando distancias
soçobradas
como síntese do fugaz.
Na delicadeza
de seus matizes
piscam olhos paralelos
num clamor premente
intuindo o alfinetar.
Minha alma gêmea
temendo a obstinação
dos poemas,
extraviou-se de mim
e encontrou seu algoz...
Seus viços,
despidos dos devaneios
Jazem frios ...
entre porcelanas e marfins,
na sala de um luctífero
colecionador de almas .
Denise Reis