O que restou?

Nessas estradas que se fecham,

nesses labirintos de escuridão

perdi-me de você.

Mergulhei tão fundo dentro deste mar,

que quando voltei à tona

tudo já havia partido.

E fiquei esperando o bater das asas,

estas, contudo, se despedaçaram,

como as de um anjo caído do penhasco.

Mas esta vontade de ti, estranha e sem causa.

Vontade que amo e odeio,

esta, tão ferozmente, aguarrou-se aos meus pés,

como maldição dos deuses,

como um oráculo mal jogado.

E, aqui fiquei à espera dos milagres que se perdem

E do nascimento da flor que já morreu.

Karla Alves
Enviado por Karla Alves em 26/07/2010
Código do texto: T2400991
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