Rosa cabôca tão bela
O sertão num viu iguá
Tinha os zoio de gazela
Espiando pro luá
Seu corpo moreno e quente
Parecia o embalá
Das roseiras no poente
Mansamente a balançá
O seu riso era tão doce
Cuma cachinha de mé
sorria cuma se fosse
Uma ventura ser muié
Nun sabia inda a Rosa
Que o amor é traiçoêro
E quando meno se espera
Ele chega bem facêro
Na figura dum vaqueiro
Muito forte e varonir
Que foi logo bem ligeiro
A bela Rosa pedi
Marcaram o casamento
Pra festa de São João
Cum muito bolo e canjica
E muita satisfação
Mas hoje a Rosa morena
Num tem mais o mesmo oiá
Pois a pureza serena
O amor soube matá.
Mas, a ternura dos óio
Servem agora pra embalá
Outra mimosa donzela
Que o sertão vai encantar!
- Cândida Albuquerque(Mãe)
Atenção: A autora dessa poesia é a minha Mãe.