O nobre-vagabundo.
Ninguém sabia sua idade ou seu nome de verdade.
Mais todos tinham sua amizade.
Ele freqüentava pagode em alto de morro.
E nunca deixa de ir nas mais requintadas rodas de samba da cidade.
Nunca deixava de beber whisky escocês.
Pois cachaça era só depois das seis.
Gostava de ler poemas de Vinicius e de Bilac.
Mais nunca deixava de recitar poemas de rima pobre e de pé quebrado.
Ninguém sabia de onde ele vinha ou o que fazia.
Mais que era amigo de pescador e amigo da burguesia.
Muitos diziam que ele foi o próprio Quincas berro d’água de Jorge amado.
E outros que ele era o menino maluquinho de Ziraldo um tanto crescido.
Gostava de ouvir vila lobos, e axé da Bahia.
E adorava bossa nova por causa de sua poesia.
Dizem até hoje que nenhuma mulher resistia aos seus galanteios.
Mais só uma afastava os seus anseios.
E que mulher era essa, uma mulata de exuberância beleza.
E também cheia de esperteza.
Mas um dia ela adoeceu.
Ele ficou com ela até o fim, mas não teve jeito morreu.
Então ele desapareceu...
Muitos dizem que ele tinha morrido.
Mais nenhum de seus amigos acredita que isso tenha acontecido.
Ele estaria por ai chorando a sua magoa.
Pois que vida é essa que leva sua amada?