Sombra libertina

Ao longe, na rua deserta

uma sombra no chão se firma

o Sol, o Céu e a Terra

sorriem para a tal libertina

que dança no asfalto, sem preocupação

os movimentos são poesia

a mais pura do coração

e seu dono, que viu que o Sol

para a sua sombra sorria,

pôs em movimento novamente

a querida sombra libertina

e a Manhã suspirava, e consigo dizia:

A libertinagem é o raiar

de um novo dia.

Deus abençoe essa sombra libertina!

Mas os homens que eram conservadores

e não viam a beleza da vida

(pois em suas vidas não havia amores)

censuravam a dançarina.

Achavam que a sombra

só por ter alegria

afrontava o universo róseo

que alguém um dia construíra.

E o Sol, o Céu e a Terra

com a Manhã concordavam, que dizia:

Deus abençoe essa sombra libertina!

E a sombra e o seu dono

não pararam de dançar

no asfalto das ruas às doces melodias.

E as Árvores, o Campo, o Verde

concordavam com a Manhã, que dizia:

A sociedade precisa

de mais sombras libertinas!

Isabela Escher
Enviado por Isabela Escher em 26/07/2010
Reeditado em 06/08/2010
Código do texto: T2400894
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