RUAS VAZIAS
Transito por essas ruas tão vazias,
Das vazias pontes dos rios da cidade,
Percebo os rostos que encontro, vestidas,
Apenas medo, ódio, acetocidade...
... As decepções das pessoas que sonham,
Da criança que chora abandonada ,
Todas as horas dos olhos que esperam,
Ouço o ranger das feras da alma,
Dos palhaços de rua o triste malabarismo,
Da obscura catedral, a idéia de querer,
Usar das belas formas celestiais o eufemismo,
A plácida idéia de que a vida é pra morrer,
Mas nas ruas vazias o que mais escuto,
É o jovem choro triste da prostituta,
Grávida, magra, bêbada, chama pra perto,
A foice da morte, que baixinho insulta.