Fragmentos 45 [transversalizando]

Vontade de nada.

Saudade de poder dizer o que não disse,

sentir toda brisa,

suave,

que me traz paz,

arranca-me a solidão.

Vontade de tudo!

Em sobressalto,

passou como um tufão,

tirou-me da monotonia,

usurpou-me coração.

Em determinado momento,

o mundo nos diz não:

sobra-me confusão,

lamento,

pensamentos intensos,

atropelados.

Deixou-me em sobressalto,

no meio do assalto,

sem saber mais nada,

sem desejo,

saboreando,

por alto,

a furia daquele ciclone,

que me levou ao outro lado do mundo,

onde, num absurdo,

deixou-me sem direção.

Ainda assim,

vontade de paixão,

saudade da paz, em solidão,

vontade que diz não,

pensa talvez,

diz que sim,

sorri,

parece feliz,

mas no fim,

pura tensão,

repleta de perplexidade,

que pensa e,

por força da sugestão,

deixa para outra vez,

num suave talvez,

ou na vida de ponta-cabeça.

Nunca esqueça,

por obrigação,

de toda a ansiedade,

de toda paixão...