O NADA
Não haviam nem estrelas
esferas, esperas, apenas
Quando tudo surgiu
De repente, de luz, de tempo
Do nada se fez o momento
Do sopro, o vento
E tudo pôde respirar
outra vez
Vieram então palavras
Certas, erradas, amargas
Somente palavras
orbitando seus nadas
Recortando a imensidão
Transformando o tudo
em parte, em arte, em morte
em corte
Num momento tudo se desfez
Num brilho, num piscar, numa ilusão
O silêncio se refez
A noite caiu
O nada voltou outra vez