Flores e cinzas

As cinzas deixadas pelo vulcão

A atmosfera invadiram, anuviavam-se

Flores, amores da minha paixão,

Depois brincavam de rola-rola

E juntavam-se na tosca pedra do grotão.

A vida já não era mais a mesma

Seres estranhos em franca evolução

Quem falava não ouvia

Quem ouvia nada dizia

Todos desalmados de armas nas mãos.

O bote que no rio descia engalfinhou-se

Na plataforma da ilusão, extinguiram-se

Botos e sereias nas profundezas

E a água que era limpa virara aluvião.

A grama do aterro virou erva daninha

Das matas a clareira vinha

E mexia com a minha emoção

Cavalos eram de aço

Sem ritmo ou compasso, nem trotinho nem trotão.

O amor havia se desfeito

E ninguém mais se olhava

Restava dentro do peito a cava de um coração.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 25/07/2010
Reeditado em 27/07/2010
Código do texto: T2398090
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