Ponteiros
Atravessei relógios
que sempre recomeçam depois do fim,
quando eu pensava ter acabado
um ponteiro batia em mim.
Porque sempre no fim da hora
eu conto novos segundos.
Porque no fim de tudo
tem sempre um outro mundo.
Eu atravessei relógios que não param nunca
e calendarios de folhas rasgadas.
Eu atravessei memórias que não voltaram
como o calendário do ano passado.
Eu sempre segui o mesmo rítmo
os mesmos tic-tac's..
Mas de repente
da noite pro dia
o único ritimo era um coração
que batia.
Eu vi os ponteiros pararem.
E eu não vi o tempo.
Eu vi os dias sumirem
e só sobrar vento.
Talvez tenha encontrado
uma nova razão pro tempo.
Eu vi tudo parado
e não entendo.
Talvez você seja meu novo tempo.
mas o tempo, nunca tem
tempo pra mim.
Sempre foi assim
eu sigo o insessante passar do tempo.
E vejo ele passar por mim
sem dar explicação.
Mas talvez, seja essa a exceção
talvez, a única exceção
E os segundo todos pararam
pra ouvir
o compasso tão lento
de um coração.