Tempo
Eu queria entender o tempo!
Sua iluminação retrograda da vida.
Acalanto tardio dos desvalidos
pós despeito e suplicio.
Ele, intocável senhor das horas
Vela silencioso o furor da raiva,
Ignora o choro e a baixaria
Seguindo seu curso a revelia.
Eis, que se de nada se espera
Ainda que pouco se faça
Vem o tempo e a dor leva
tão sorrateiro quanto
o cair da madrugada.
E então, como em mágica
Sem saber ao certo porque
brota uma esperança incauta.
E a vida seu curso segue
como se nada a atravancasse.