Amarelos.
o covarde ainda espera
apoiado na parede
sem nenhum respeito
os infelizes morrem
o corvo esta lá
do outro lado da minha janela
olhos amarelos irão ama-la
algum dia
ele me aponta o caminho
e o caminho não tem direção
o covarde ainda espera
uma oportunidade óima
para desistir diante do problema
os que esperam
acabam sendo devorados
por olhos anestésicos
amarelos
como a lua cheia de janeiro
eu não vou falar de mim
agora é sua vez
não espere que eu seja um bom amigo
desse lado do espelho
bom significa morto...
eu não vou citar suas frases feitas
nem pensamentos abrasivos
como a quase sempre santa
ignorância
o covarde está lá esperando
tentando roubar o que eu escrevi
apoiado no muro
o velho corvo se distraiu e eu fugi
agora ele esta atrás de voce
e talvez a covardia não sirva pra muita coisa
agora que abriu minha gaiola
os sonhos todos se espalharam no cetim
e não a justiça no sangue derramado
ele vai ama-la algum dia
o corvo cego comeu o olho do covarde
e agora ele não copiará o que eu deixei
na parede de um porão abandonado
com carvão e canivete eu risquei
ando como um fugitivo
carregando um olho amarelado
e o outro é a lua cheia de janeiro...
ele algum dia vai tentar rouba-lá...