O Retrato
*feita em 1993
Eu vi o retrato sobre a cabeceira
Todos sentimentos inertes
Presentes, perdidos em minha alma
Ressurgiram, floraram à primavera
Sua bela face, sempre viva,
Ainda estava muda,
Mas também clara e estampida.
Sentia-me no cárcere das lembranças
Sua aura ainda resplandecia
Seu sorriso era sóbrio,
Transcendente, uma imagem tranqüila.
Mas onde estaria você se não nessa impressão no papel?
E as outras impressões corriam livres
Meu desejo de vida era tão evidente
Tua pele estava clara como a alva,
E uma dor cortava-me o peito de repente:
É que havia me chocado
Com a pasma realidade
Meu dedo em sua face
Face? Era artificial
Uma momentânea lembrança sem tato