Transfiguração
Nas manhas despertas
reflito-me nos olhos voláteis
e nos sorrisos infantis
dos pés- de- ventos.
À tarde, grávida de sois
Exalo cheiro doce
aquieto solidões
na escassez das sombras.
À noite remeto-me ao censo
das madrugadas amantes
e degusto maduros desejos
colhidos ao acaso das promessas.
As manhas, as tardes, as noites
Sorvem a precocidade dos momentos
então suplico asas
para fugir da transfiguração do tempo.
Denise Reis