Maria de João tambem tem dono...
Maria de João também tem dono
Entram em cena as gazelas.
Já é noite. É inverno e chove.
Ele perambula pela rua a buscá-la, sua.
Olha para as loiras, as morenas, as negras.
Não. Busca Maria, Maria de João.
Ela é uma japa enorme, bela que só.
Corpo torneado, pele dourada.
Naquela esquina esta a tal. Linda, quase nua.
Revestida apenas de uma pele em transversal.
Salto algulha e tamancos sem o qual.
Maqueagem recobre o seu rosto.
De tal modo que se torna fosco.
Cílios enormes, sombra nos olhos.
Baton carmim, bolsa pequena de cetim.
Ninguém sabe porque Maria, nem tão pouco de João.
Muitos a querem, mas ela quando o vê...
Não tem para mais ninguém.
Já não há busca, ficou em paz
Qual o seu nome? Alguém pergunta.
Será João? Outro questiona.
Não sei, mas ele é o dono de Maria.
Entra ela no carro, e ele arranca veloz.
Somem na noite.
Quem sabe João e com certeza sua Maria.