Sombra minha... Onde?
Minha sombra virou-me a face,
Caminhou ao longe e só,
Deixou-me atada ao nada,
Não me levou meus passos,
Todo pretérito ainda vive adentro de meu ser...
Por qual motivo partiu?
Abandonou-me com medos,
Em nossa escuridão sem fim...
Logo tu... Digna de nossas sombras...
Perfilha de abismos,
Não existe razão para a eu deixar...
Sei que ando no escuro de meus passos apenas,
Inebrio as copas mais negras,
E leio os escritos obscuros.
Mas um dia a luz,
Curvou minha fronte,
E no chão ao meu lado,
Nada mais vi...
Onde andará minha sombra?
Sem saber – eu a amava...
E sem saber – a desejava...
Agora lhe almejo,
Onde se põe a vagar?
...Grito por ti,
E nas vielas minha voz é um eco de dor,
Em uma melodia de horror,
Uma perdição a dançar...
Volte... Aguardo-lhe...
A ti dedico,
Até o fim do Fim...
Preciso-te,
Algo – vivo em mim,
Ainda que seja uma sombra,
...pois Morto,
Sei eu...
...estou...