O Cisne
*feita em 1993
Olhava-me naquele espelho
Via algo bailar
Não cria naquele desejo
Era um lindo cisne pairando no ar
Ficava espantado
Tamanha a beleza do cisne
Se titubeasse teria me afogado
Ou me abastado de todo esse meio
Pus-me a olhar novamente
Então ele estava bem perto
O cisne caminhava inocente
De inocente não havia nada, de certo
Virou-se pra mim e disse:
- Olha criatura
Não fique assim triste
Por favor, diga-me a tortura
- Não cisne, não creio que há
De me ajudar um pouco só
Não creio que há de desatar esse nó
Não creio, não dá...
Então o cisne baixou a cabeça
Levantou-a e falou-me:
Não esqueça
Confie no teu amigo
Não te julgues prudente
Não pense negativo
Fale comigo
Seja obediente
A maior razão
É o amigo
Que lhe abre o coração
Fale comigo!
Pensei, não em suas palavras
Mas como se punha
No jeito que me olhava
Na sua fé que me disputa
Disse a ele:
- Estou fraco
Descontente
De fato amargo
- Estou descontente da vida
Do onipotente que me rege
Pareço-me em frangalhos
Um arco íris sem cor, doente
- Perco de tudo um pouco
Um pouco de cada vez
Levo na cabeça um soco
Uma rasteira da vida talvez
O cisne olhou-me e disse:
- Quem te falou que caíste?
Apenas tropeçara de manso
Abra os olhos, insiste
Nesse carinho que há do seu lado,
Esse manto.
Quebra uma regra
Felicita a diva que o guarda
Acredite, nunca deixe de fazê-lo
Deixe de lado esse semblante,
É abalo.
Ama a pessoa de fato
E seja sempre no feliz estante...
E o cisne voltou
Com as suas asas de canto
O corpo não era o mesmo que chegou
Era um lindo corpo de arcanjo