Vida exdrúxula e enfadonha
Vida esdrúxula e enfadonha,
Quase um xingamento, uma afronta,
Perguntas sem resposta
Incerteza que amedronta
Onde jaz a sua glória
Que o poeta torna redivivo?
Poeta também o sou, insepulto,
Pois da morte ‘inda não obtive o crivo.
Insepulto e viajor, apenas as lembranças levo
Parido na miséria e dor
Punir se á com mãos de ferro.
Insolente e despudorado
Pobre vate descrente
O que lhe resta é carregar seu fardo
Bardo malfadado e insolente.