Inspirai

Inspirai-me ó musa.

Lançai cupido certeiro à seta,

E deixai vislumbrar esta alma confusa

A Arcádia recôndita dos poetas.

Evoco as nereidas do Egeu,

Evoco Zeus, deus sempiterno

Evoco Satã Trimegistro

Hades e Cérbero, vigia dos portões do inferno.

Contra toda a tradição, levanto-me contra a métrica fria.

Faço poesia em prosa,

E proseado torna-se poesia.

Vate, carregue ainda o seu fardo

Que não canto o sublime e sim a alegria.

Puerilidades, futilidades,

Maledicências, o dia a dia.

Cale-se o prolixo e o parnasiano,

Chega de verborragia.

Não a crítica mítica.

Não ao crítico típico.

Não a imprensa tísica.

Não ao academicismo sifilítico.

A mesa já está posta.

Imolai à vítima,

Afiai o cutelo.

Há de triunfar o vermelho sangue,

Soerguerá na haste e tremulará triunfante

A foice e o martelo.

williamjacobs
Enviado por williamjacobs em 23/07/2010
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